CONTEÚDO CREB SOBRE SAÚDE

Mais de 70% da população sentem alguma dor nos pés

 

Dor, desconforto, sensação de queimação ou mesmo de agulhadas ao pisar pode indicar uma fasciite plantar ou esporão de calcâneo. Muitas vezes a pessoa tem esses sintomas, mas prefere acreditar que trata-se de uma dor passageira, fruto de algum mal jeito no calcanhar. “A fasciite plantar tem como uma das causas microtraumas repetidos na fáscia na tuberosidade plantar medial do calcâneo. Assim, a cada passo dado pelo paciente, a fáscia é tensionada a partir exatamente do local onde se encontra inflamada ou mesmo já com microrupturas. O esporão não é a causa das dores, como se pensa na maioria das vezes, e sim a inflamação na fáscia plantar. Há tratamento, geralmente com ótimos resultados. Mas caso os tratamentos tradicionais não surtam efeito, temos a Terapia por Ondas de Choque – TOC, que tem resultados fantásticos, melhorando de 75 a 85% dos pacientes que não resolvem o problema com o tratamento conservador”, explica a Dra. Flávia Junqueira, ortopedista especialista em pés do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

Segundo ela, a dor provocada pela fasciite plantar é persistente e é sentida logo que o paciente acorda, na primeira pisada do dia. “Ao longo do dia, e após algum período de repouso, a dor pode melhorar. Mas ela tende a voltar e, nesse caso, consultar um especialista é fundamental. Quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, mais rápido teremos sucesso”, garante ela. A médica diz que o tratamento é individualizado e, além de medicamentos, pode contar com protocolos que incluem acupuntura, fisioterapia e hidroterapia. Em casos com maior inflamação, a indicação pode ser a TOC, disponível no CREB.

Outro problema que leva muitos pacientes aos consultórios é o joanete, que tem como causas a hereditariedade, pé plano valgo, relação entre o tamanho dos dedos do pé e doenças reumatológicas. “O joanete é uma saliência que surge próximo à base do grande dedo do pé (hálux). Essa protuberância resulta do crescimento ósseo e do espessamento dos tecidos moles que recobrem a região e, na maioria das vezes, decorre do uso de calçados apertados (ponteira estreita e triangular) e de saltos altos. A deformidade se inicia sempre que o grande dedo (hálux) é empurrado para fora como se fosse subir sobre os demais dedos e é essa característica que é usada na denominação científica desta deformidade. Essa situação, muito comum na maioria dos calçados femininos, acaba por produzir o afrouxamento da articulação e dos ligamentos, desviando os tendões e tornando o fenômeno irreversível. Por essa razão, o sexo feminino está mais sujeito a essa deformidade na proporção de 8 mulheres para l homem”, explica ela.

A melhor forma de tratamento para a deformidade do hálux valgo, garante a médica, é a prevenção. Educar os jovens para o uso de calçados com ponteiras amplas e confortáveis e com saltos que não excedam os três centímetros é o melhor remédio. “As mulheres se obrigam a usar sapatos de bico fino e salto alto e isso é um problema muito sério. Não se pode exagerar, porque certamente os problemas virão como consequência do uso desse tipo de calçado”, pontua a Dra. Flávia.

– Pesquisas revelam que mais do que 70% da população mundial apresenta algum problema ou dor nos pés em alguma fase da vida. As pessoas muitas vezes sentem dores, mas preferem acreditar que aquela dor é uma simples consequência de uma longa caminhada ou de um mal jeito no pé. Nem sempre é assim, por isso um especialista deve ser consultado ao menor sinal de dor constante – finaliza ela.