CONTEÚDO CREB SOBRE SAÚDE

Uso intenso de computador e videogame pode causar problemas muscoloesqueléticos em crianças

 

A utilização de computadores e videogames é cada vez maior e as crianças estão se dedicando cada vez mais precocemente a estas atividades. Segundo estudos brasileiros, crianças de três e quatro anos já brincam com computadores e videogames diariamente, ao menos por mais de uma hora consecutiva. Não há dúvidas de que a utilização de computadores e videogames trazem benefícios como o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, estímulo e facilitação de pesquisas, acesso a atividades lúdico-pedagógicas e promoção da auto-estima, entre outros. No entanto, também há aspectos negativos, que preocupam muito os reumatologistas. “Cada vez são mais comuns casos que associam o uso intenso de videogames e computadores a manifestações musculoesqueléticas, como dedo em gatilho, tendinites, entre outros”, alerta o médico reumatologista e fisiatra do CREBCentro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – Dr. Eduardo Sadigurschi.

O médico do CREB reconhece que é muito difícil tirar as crianças da frente de um monitor ou de um televisor, mas afirma que os pais devem limitar o tempo da atividade. Segundo o Dr. Eduardo, é preciso estar atento à postura da criança. “A ergonomia adequada está relacionada à postura e ao mobiliário utilizado para estas atividades. Crianças e adolescentes devem se sentar em cadeiras auto-ajustáveis para a altura, com as costas e pés apoiados e de modo a manter os olhos na altura e de frente para o monitor, com distância de 30 a 40 cm do usuário. O braço e o antebraço devem manter angulação de 90 graus, com alinhamento e apoio do antebraço, punho e dedos, de modo a evitar a angulação com o teclado”, explica ele.

Organizações na área de saúde recomendam que as crianças e adolescentes não passem mais de 2 horas diárias entretidos com o computador ou videogame. “A cada hora dedicada a estas atividades, é importante que a criança dê uma pausa para relaxar e se alongar. Entre crianças menores isso é fácil, pois elas param para comer, ir ao banheiro ou mesmo para ir até um adulto contar o resultado do seu jogo. Já com os adolescentes é preciso firmar um compromisso, pois se deixar eles ficam diante do computador ou do videogame por horas e horas”, acrescenta o médico do CREB.

– Obviamente que reconhecemos que o uso do computador e do videogame é, para as crianças e adolescentes, algo muito divertido. E tem seus benefícios. Mas é preciso controlar o tempo dedicado a estes jogos e, o mais importante, nunca deixar de praticar atividades físicas regulares. E se a criança passa muito tempo diante da tela e, depois, se queixa regularmente de dores nas costas, por exemplo, é preciso levá-la para uma avaliação médica. É muito importante ter consciência disso – finaliza o Dr. Eduardo Sadigurschi.