Amarrar o cadarço do tênis, pentear os cabelos, abrir a torneira e segurar um copo são atividades do dia a dia que podem parecer simples para a maioria das pessoas. Mas não para muitos daqueles que são acometidos pela artrite reumatóide, doença inflamatória auto imune crônica e progressiva, que destrói as articulações do corpo. Essa doença é mais comum dos que se pode imaginar: estatísticas apontam que mais de 1,5 milhão de brasileiros têm artrite reumatóide e muitas vezes ficam impossibilitados de trabalhar e realizar atividades simples do cotidiano.
A artrite reumatóide caracteriza-se por inflamação das articulações, provocada por uma reação inflamatória, com presença de algumas substâncias, entre elas a interleucina 6, que destroem progressivamente a cartilagem e os ossos ao redor das articulações, causando dor, edema e prejudicando sua função e limitando os movimentos. Além do comprometimento das articulações, ocorrem sintomas físicos como cansaço intenso, decorrente da anemia que a doença provoca. Os sintomas iniciais são fadiga inexplicável, rigidez prolongada das articulações pela manhã, além de edema e vermelhidão. Esse quadro muitas vezes é confundido com o reumatismo comum, o que retarda o diagnóstico correto e o início precoce do tratamento.
“Ao contrário do que muita gente pensa, a atrite reumatóide não é uma doença que acomete apenas pessoas da terceira idade. Mulheres na faixa dos 30 aos 50 anos são as principais vítimas da doença. Muitas pessoas acreditam que as doenças reumáticas são exclusivas na terceira idade, o que é um engano. A artrite reumatóide, por exemplo, afeta diretamente a qualidade de vida do paciente e logo que surge, aos primeiros sinais, como por exemplo dor nas juntas, em especial das mãos e dos pés, deve-se procurar um médico reumatologista”, explica o fisiatra e reumatologista Haim Maleh, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
O Dr. Haim Maleh explica que o maior problema encontrado é a demora para diagnosticar a doença, que exige tratamento contínuo. Para chegar ao diagnóstico da artrite reumatóide, o reumatologista analisa a história clínica do paciente, realiza exames físicos das articulações e solicita análise laboratorial, radiografias e, em algumas ocasiões, ultrassonografia das áreas acometidas. Exames de sangue também auxiliam na avaliação do processo inflamatório. “A artrite reumatóide é uma doença de longa evolução. Há tratamentos, que estão cada cada vez mais avançados, sendo possível devolver ao paciente a qualidade de vida perdida. O tratamento traz alívio da dor, bem estar e principalmente pode evitar e prevenir alterações articulares, quando iniciado precocemente”, afirma. Segundo ele, o tratamento deverá sempre, além de medicamentos, contar com a reabilitação física, entre as quais eletroterapia, cinesioterapia ,acupuntura e hidroterapia, que é uma medida de grande auxílio para esses pacientes, especialmente quando realizada em piscinas apropriadas, como nas que utilizamos no CREB.
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