É absolutamente comum ouvir das pessoas que as dores musculoesqueléticas se intensificam quando o frio chega, principalmente no inverno. Basta a temperatura baixar para as reclamações sobre as dores do inverno começarem. Mas seria uma lenda acreditar que o frio provoca dor?
“Uma reação normal ao frio é a contração dos músculos. Quando a temperatura está baixa, ficamos mais encolhidos e até fazemos menos atividades físicas. Muitas vezes, mal saímos de casa. Outro detalhe importante é que no frio o fluxo sanguíneo diminui por constrição vascular. Portanto, dores musculoesqueléticas tendem a se acentuar no frio, sim. Pacientes com doenças crônicas, como artrose, costumam sofrer mais dores no inverno, sim”, responde a reumatologista Liseth Gutierrez, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
Deixar de praticar atividade física no inverno é um erro
De acordo com estatísticas, as clínicas de ortopedia e reumatologia chegam a receber no inverno uma demanda de pacientes reclamando de dores 20% maior do que nas outras estações do ano. Uma pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública com mais de 12 mil brasileiros revelou que 36% dos entrevistados disseram sentir mais dores no inverno.
De acordo com a reumatologista do CREB, a dor nas articulações ocorre por insuficiência da cartilagem provocada pelo desequilíbrio entre a formação e a destruição de seus principais elementos, associada a sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e da membrana sinovial e fatores genéticos. “No inverno, é muito comum que as pessoas deixem de praticar atividade física regular, o que é um erro. A atividade física é essencial para o tratamento de inúmeras doenças, e interrompê-la no inverno traz consequências. A dor é uma delas. É preciso ter alguns cuidados com a atividade física nesta época do ano, sim, mas jamais interrompê-la”, determina a Dra. Liseth.
Fisioterapia e hidroterapia no inverno
A médica do CREB destaca que há um ciclo vicioso no inverno: as pessoas praticam menos atividade física, muitas vezes diminuem a frequência de seus tratamentos fisioterápicos e acabam sentindo mais dores. Daí, procuram o médico para se queixar.
“A fisioterapia não pode ser interrompida, jamais. É fundamental para o tratamento de doenças musculoesqueléticas, por exemplo. É claro que é preciso tomar alguns cuidados, como não fazer natação em uma piscina sem aquecimento, em dias de muito frio, ou sair para correr sem se agasalhar. Mas parar a atividade, jamais. Uma ótima opção é a hidroterapia, que dispomos no CREB, feita em piscina especial para a atividade, com água aquecida. Caminhar pela manhã, aproveitando o sol, também é excelente. Ao menor sinal de dor, um médico deve ser consultado”, finaliza a Dra Liseth.
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