Os casos de Tendinite infantil podem ser classificados em dois grupos: jovens que se envolvem em atividades físicas de forma intensa, levando a sobrecargas, e aqueles que são sedentários.
O primeiro grupo é formado por crianças e adolescentes que praticam esportes com frequência elevada, muitas vezes para preencher seus horários ou devido à pressão para realizar muitas atividades, resultando em acúmulo de energia. Essa intensidade de prática pode levar ao desenvolvimento de tendinites, especialmente nos ombros e cotovelos – comum em esportes como tênis e beach tennis – além de afetar quadris, joelhos e tornozelos, especialmente em atividades como futebol, balé, ginástica e dança.
O segundo grupo inclui crianças e adolescentes que não realizam atividades físicas suficientes para manter um gasto calórico saudável. Nesses casos, o uso excessivo de dispositivos como computadores, tablets e celulares pode resultar em posturas inadequadas, levando a inflamações nos tendões, como tendinites nos cotovelos, punhos e mãos.
Pesquisas da UFMG, com uma amostra de 6 mil pais de crianças e adolescentes, revelaram que o uso excessivo de celulares aumentou durante e após a pandemia. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças pequenas (de 2 a 5 anos) usem dispositivos por no máximo uma hora por dia, enquanto jovens entre 11 e 18 anos não devem ultrapassar três horas diárias.
Em decorrência disso, observa-se um aumento na incidência de tendinite em pacientes mais jovens devido ao tempo excessivo de uso de telas, e esse grupo ainda está em fase de crescimento e desenvolvimento cognitivo. De maneira geral, a mudança provocada por novas tecnologias, como tablets e smartphones, é uma explicação para o aumento dos casos de tendinite.
Nas décadas de 1970 e 1980, o uso de máquinas de escrever, que exigiam o uso de todos os dedos, promovia uma postura mais adequada. Naquela época, havia até cursos para ensinar a equilibrar as mãos durante a digitação, utilizando corretamente todos os dedos, tendões e músculos.
Atualmente, o polegar é o dedo mais utilizado para digitar em tablets e smartphones, e sua estrutura anatômica não oferece o mesmo suporte que os outros dedos, o que pode resultar em tendinites e desgaste nas articulações, conhecido como artrose. Os principais sinais de tendinite incluem dor e limitação de movimento. No início, a rigidez, dificuldades de mobilização, apoio e força podem ser indicativos de inflamação nos tendões. Essa condição é comum em jovens de 7 a 15 anos, frequentemente associada ao uso inadequado de tablets (em relação à postura) e ao excesso de atividades esportivas.
Uma vez identificada a causa, é fundamental dialogar com a criança e os pais, buscando atividades que ajudem a aliviar a inflamação e não agravem a dor. Para os pacientes sedentários, o método RPG (Reeducação Postural Global) é recomendado, pois ensina a manter uma postura adequada nas atividades diárias.
Além disso, a fisioterapia e exercícios de alongamento antes e depois de atividades físicas intensas são boas opções de tratamento para o sedentarismo. Para aqueles que praticam esportes em excesso, o ideal é regular a frequência das atividades ao longo da semana, prevenindo lesões e o desgaste acelerado das articulações.
Marque a consulta do seu filho no CREB para avaliar melhor o caso e terapias para tratamento.
Atendimento médico especializado no Rio de Janeiro: