Um australiano de 46 anos, que há duas décadas se locomovia apenas em cadeira de rodas devido a um derrame, conseguiu voltar a andar graças a um tratamento com injeções de Toxina Butolínica Tipo A (conhecida no mercado com o nome comercial de Botox). Russel McPhee foi notícia no mundo inteiro devido ao resultado do seu tratamento de aplicação da Toxina Botulínica nos últimos 18 meses: ele conseguiu andar por cem metros, sem a ajuda de andadores.
Segundo o Dr. Flávio Costa, médico responsável pelo setor de reabilitação neurológica do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – a aplicação da Toxina Botulínica Tipo A é o que há de mais moderno para tratar, por exemplo, da espasticidade, grau de contração anormal de grupos musculares comuns entre aqueles que sofrem um ACV – Acidente Cerebral Vascular. Centro de referência em reumatologia e ortopedia, o CREB utiliza essa técnica e tem muita experiência com esse tratamento. “A notícia é muito boa, mas é preciso reforçar sempre a necessidade da avaliação médica e da correta indicação para o uso do Botox”, alerta o médico.
O Botox é associado ao tratamento estético, mas é muito utilizado para tratar da espasticidade, por exemplo, e seu uso é aprovado há vários anos no mundo inteiro. O médico que atende o australiano, o Dr. Nathan Johns, conta que optou pelo tratamento com a Toxina Botulínica Tipo A para reduzir a rigidez dos músculos do seu paciente. “Mas o que torna o caso de Russell tão único é que sua melhora foi tão dramática. Ele estabeleceu para si um objetivo de voltar a andar e estava determinado a fazer isso acontecer”, disse o médico para a BBC, de Londres.
– O tratamento com a Toxina consiste na administração periódica de pequenas injeções nos músculos acometidos pelo AVC, feitas em consultório, por médico especialista, e pode ser repetido até quatro vezes ao ano. A resposta é excelente. Em duas ou três semanas o paciente e seus familiares já notam a diferença. Imagine para uma pessoa que não consegue escovar os dentes, segurar um copo ou trocar de roupa. Muitas dessas pessoas podem ser beneficiadas com um tratamento simples e ter sua qualidade de vida e a de seus cuidadores muito melhorada. O caso do australiano certamente será acompanhado de perto pela comunidade científica do mundo inteiro – finaliza o médico do CREB.
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