Bexiga Neurogênica é o termo usado para definir o mau funcionamento da bexiga devido a doenças do sistema nervoso central ou nervos periféricos envolvidos no controle da micção, o que impede o controle adequado do ato de urinar. A Bexiga Neurogênica é comum em crianças portadoras de Mielomeningocele, uma malformação congênita da coluna vertebral, com exposição da medula espinhal. Algumas crianças apresentam sintomas relacionados à Bexiga Neurogênica ao nascer e, outras, no decorrer de seu desenvolvimento.
A Bexiga Neurogênica pode ser hipoativa ou hiperativa
“Os principais sinais e sintomas são esvaziamento incompleto da bexiga, perdas de pequenas ou grandes quantidades de urina e infecções urinárias frequentes”, explica a fisioterapeuta Waleska Rocha, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo. Segundo ela, a Bexiga Neurogênica pode ser hipoativa ou hiperativa. “Na bexiga neurogênica hipoativa, o músculo da bexiga (detrusor) não contrai. Para a urina sair, o músculo precisa contrair e o esfíncter externo abrir. Nesse caso, quando a urina sai, é por transbordamento, ou seja, a urina vaza quando a bexiga está cheia demais e, com isso, ela vai ficando cada vez maior, pois nunca esvazia corretamente e sempre sobra muita urina dentro dela. Isso pode ocasionar o crescimento de bactérias e formação de cálculos porque a urina residual (aquela que sobra na bexiga) acumula muco e sedimentos. Crianças com bexiga neurogênica não apresentam micção, ato espontâneo e fisiológico de eliminar a urina, elas perdem urina e sem sentir”, afirma ela. Em relação a bexiga hiperativa, o músculo detrusor contrai involuntariamente, independente da bexiga estar cheia ou vazia. “Na maior parte das vezes, temos uma bexiga pequena, porque não está acostumada com grandes quantidades de urina, e com paredes grossas, porque contrai o tempo todo e acaba ganhando tônus muscular. Esse tipo de bexiga tende a ser acompanhada de Refluxo Vesicoureteral (urina volta da bexiga para os rins) devido às altas pressões que ela trabalha”, acresenta.
Waleska pontua que é importante que os pais destas crianças monitorem o desenvolvimento vesical de seus filhos, porque o funcionamento da Bexiga Neurogênica pode melhorar ou não de acordo com o crescimento da criança, podendo até comprometer os rins. “Os pais devem consultar um urologista pediátrico, que indicará o tratamento apropriado. Temos, hoje, recursos fisioterápicos que trazem ótimos resultados. Cuidar da bexiga evitará complicações renais, o que, realmente, é grave”, finaliza ela.
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