A dor na região do joelho, ou mais comumente a dor patelofemoral que está relacionada com a disfunção da articulação patelofemoral, é uma das lesões do joelho que mais acomete as pessoas, principalmente atletas, podendo ter uma grande variedade de etiologias potenciais, entre elas, a condromalácia. “A patela é um osso com formato entre o circular e o triangular que se encontra na região anterior do joelho. Ela encaixa na porção final do fêmur (tróclea do fêmur), formando assim a articulação femoropatelar. A patela é ponto de inserção para o quadríceps, o principal músculo do joelho, e pela sua localização, funciona como uma polia, que facilita os movimentos de flexão e de extensão dessa articulação”, explica o fisioterapeuta Jefferson Brandão, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
“Para proteger, amortecer a possíveis cargas que passam constantemente pela articulação e favorecer um adequado deslizamento entre os ossos durante a movimentação tanto a superfície articular do fêmur quanto da patela são revestidas por tecido cartilaginoso. Esta cartilagem que reveste a patela é uma da mais espessas do organismo, exatamente porque a articulação femoropatelar sofre grande impacto devido as atividades esportivas e de vida diária. Na condromalácia há amolecimento e surgimento de fissuras da superfície da patela. Possui alta incidência, principalmente em mulheres, e aumenta com o passar da idade. Seus sintomas relacionam-se à crepitação, bloqueio e dor retropatelar, agravada por atividades esportivas que envolvem apoio com carga na flexão do joelho, ou ao subir e descer escadas, por aumentar a compressão entre a patela e o fêmur”, acrescenta o profissional.
Segundo ele, a etiologia multifatorial da condromalácia pode incluir instabilidade, trauma direto, fratura, subluxação patelar, aumento do ângulo do quadríceps, músculo vasto medial ineficiente, mau alinhamento pós-traumático, síndrome da pressão lateral excessiva e até lesão do ligamento cruzado posterior. “A condromalácia patelar possui precedentes desconhecidos, porém existem fatores comumente relacionados ao amolecimento e posterior desgaste da cartilagem. Fatores de risco extrínsecos que são relacionados a aspectos não ligados ao corpo, como o tipo de atividade esportiva, a maneira com que o esporte é praticado, as condições ambientais e o equipamento utilizado; fatores anatômicos ou estruturais, que comprometem o encaixe da patela com o fêmur, alterando as áreas de contato entre os dois ossos e também fatores biomecânicos, como desequilíbrio ou fraqueza muscular e o déficit do controle dos membros inferiores que, de forma dinâmica, também resulta na alteração do encaixe entre a patela e o fêmur”, diz Brandão.
O fisioterapeuta do CREB pontua que dependendo do estágio da doença, o paciente tem uma sensação de “areia no joelho”, com estalos, cansaço e dor nas pernas. “A condromalácia em seu último grau apresenta um osso subcondral já exposto devido ao desgaste intenso da cartilagem e as dores neste nível tendem a ser incapacitantes”, destaca ele. “Assim que já se obtém um diagnóstico é importante que o tratamento seja iniciado o mais breve possível para evitar que a patologia progrida. A fisioterapia é um dos principais caminhos para o tratamento da condromalácia uma vez que a cirurgia, em grande parte dos casos, apresenta pouca eficiência”, finaliza.
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