Os consultórios de especialistas em coluna recebem um número cada vez maior de adolescentes e engana-se quem crê que a culpa é apenas das mochilas pesadíssimas que estes jovens carregam, diariamente, entre suas casas e as escolas. “De fato, as mochilas estão cada vez mais pesadas e a recomendação é que não ultrapassem 10% do peso da pessoa. Mas temos recebido adolescentes entre 10 e 12 anos, idade em que estão no final da infância e início da adolescência, ou seja, em fase de crescimento, com cifose e, principalmente, escoliose. E ambas não são causadas pelas mochilas pesadas. São doenças consideradas idiopáticas, ou seja, surgem espontaneamente, com causas diversas, como erros de formação nas vértebras e assimetria da musculatura ou problemas neurológicos”, explica o fisiatra e reumatologista do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – e professor de reumatologia da UFRJ, Haim Maleh.
O Dr. Haim diz que os pais precisam estar atentos ao crescimento de seus filhos, percebendo qualquer alteração na coluna. “Uma coluna normal, sadia, é reta e quando for olhada de lado, deve apresentar uma curvatura na região lombar e outra próxima do pescoço. Um adolescente com escoliose apresenta um desvio da coluna para a esquerda ou para a direita. As costelas seguem para um dos dois lados, como se formasse um s. Até 15º, essa curvatura é considerada normal. De 15º a 30º, trata-se de um sinal de alerta. Acima deste valor, é preciso investigar e tratar. No caso da cifose, que é popularmente conhecida como corcunda, ao ser vista de lado a coluna apresenta uma curvatura acentuada na região torácica. De 20º a 40º, essa curvatura é normal. Acima disso, é preciso acompanhamento médico”, explica o Dr. Haim.
Segundo ele, uma boa dica para os pais observarem seus filhos é pedir que eles fiquem de pé e encostem os dedos das mãos nos pés. Desta forma, a coluna fica evidente, assim como alguma alteração. O médico sugere também que os pais notem a altura das escápulas, altura dos ombros e, nas meninas, uma diferença significativa das mamas, procurando observar possível assimetria.“A escoliose e a cifose afetam a qualidade de vida dos adolescentes e se não forem tratadas podem evoluir rapidamente. Ao menor sinal de dor, um especialista deve ser procurado. O ideal é que a partir dos nove anos de idade, a criança seja levada a um especialista para avaliação”, finaliza o médico.
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