Há, nas teorias da origem da fibromialgia, duas grandes correntes: uma afirma que na fibromialgia existe um componente sócio-psicossomático muito intenso, constatado pelos testes dessa área. A outra corrente procura explicar a fibromialgia através de parâmetros químicos e fisiológicos, estudando as substâncias que causam um aumento e uma diminuição da sensibilidade à dor, que são os neurotransmissores. Por isso, muitos médicos acreditam que esportistas e praticantes de exercícios não vão desenvolver fibromialgia, pois tem a endorfina endógena, substância que existe no sangue depois da prática de exercícios e que pode aliviar a dor.
Em um estudo com 15 atletas, 27% deles tinham a fibromialgia, índice quase três vezes superior à encontrada entre a população em geral (10% da população). Os atletas com fibromialgia tiveram redução de até 20% da capacidade pulmonar máxima (VO2max) e incidência maior de lesões musculares do que o grupo sem a síndrome. O grupo com fibromialgia-símile teve, em média, VO2max de 38,89 mL/kg, enquanto o sem a síndrome, 46,78. Apesar de não estar em overtraining (fadiga causada pelo excesso de treinamento), eles tiveram um rendimento menor.
Deve-se lembrar que a fadiga é um dos sintomas da fibromialgia. Se esses atletas com fibromialgia tiverem uma maior contratura muscular, sua identificação pode ser um fator de proteção aos atletas. Também foram dosadas a produção de citocinas (proteínas que regulam a função dos sistemas imunológico, nervoso e endócrino) – o autor encontrou a concentração dessa substância entre os esportistas com a síndrome da fibromialgia que estava até 4,73 vezes maior.
Em pessoas que não praticam exercícios para fins competitivos, a elevação das citocinas vem sendo associada à síndrome da fadiga crônica, semelhante ao overtraining (excesso de exercícios ou de treinamento). Isso também poderia explicar a queda do rendimento. Essa dosagem de citocinas pode ser um pré-detector do quadro de overtraining em atletas competitivos. E. Small, do departamento de Ortopedia Pediátrica do Mount Sinai School of Medicine de N.York, afirma que essa síndrome está cada vez sendo mais diagnosticada entre jovens atletas.
Fonte :: Pediatr Clin North Am. 2002 Jun;49(3):655-62
Atendimento médico especializado no Rio de Janeiro: