CONTEÚDO CREB SOBRE SAÚDE

Fumantes têm o dobro de risco de desenvolver artrite

 

Também conhecida como artrose, a osteoatrite é a degeneração da cartilagem que amortece o peso do corpo sobre as nossas articulações. O problema pode ser originado devido a flacidez muscular, tendões e ligamentos subutilizados e variações genéticas que levam algumas pessoas a ter cartilagens menos resistentes. “Outro fator muito comum é o sedentarismo ou o excesso da atividade física”, explica o fisiatra e reumatologista Eduardo Sadigurschi, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

Dois novos estudos, publicados nas conceituadas revistas Arthritis Research & Therapy e Annals of the Rheumatic Diseases, apresentam considerações sobre o fumo e a doença. No primeiro estudo, realizado na Suécia, foi constatado um aumento impressionante do risco de desenvolver artrite reumatoide em mulheres fumantes. Segundo a pesquisa, aquelas que fumam de um a sete cigarros diariamente têm o dobro do risco de desenvolver artrite quando comparadas com mulheres não fumantes. Já entre aquelas que pararam de fumar, o risco de contrair a doença caiu em 33%. O segundo estudo apontou o risco do fumo na evolução de pacientes portadores de um grupo de doenças chamadas espondiloartropatias, em que a mais conhecida é a Espondilite Anquilosante. Os cientistas autores do trabalho conseguiram demonstrar uma relação dose-dependente entre fumo e progressão das deformidades na coluna destes pacientes.

“Obviamente que nem todos fumantes irão contrair a doença, mas o estudo mostra que os fumantes têm risco muito maior de desenvolver a artrite. E quando essas pessoas têm artrite, a evolução da doença é pior”, diz o Dr. Eduardo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 50% da população acima de 45 anos apresenta algum sinal de osteoatrite, a mais comum entre as mais de 100 formas da artrite, a degeneração das articulações. A OMS diz que a doença vem ganhando uma abrangência de epidemia.

– Vale ressaltar que temos disponível atualmente medicamentos que podem influir na evolução da artrose, melhorando-a e impedindo em muitos casos a evolução. A boa notícia é que uma nova geração de drogas está enfrentando a doença com resultados muito satisfatórios, devolvendo a pacientes sua qualidade de vida.