Reumatismo é uma doença da terceira idade. Essa é uma lenda que vem a cada dia se desfazendo: cada vez mais, os consultórios dos reumatologistas e fisiatras recebem a visita de crianças e adolescentes, que sofrem com as dores provenientes da artrite devido, principalmente, ao uso excessivo de videogames e telefones celulares. Tanto que o tema foi destaque da Reunião Anual da Liga Européia Contra o Reumatismo (Eular), que aconteceu entre os dias 25 e 28 de maio, em Londres.
“Crianças e adolescentes passam horas e horas jogando videogames como o Playstaion e também gastam muito de seu tempo livre navegando e utilizando os recursos do i-Phone. E essas atividades sem tempo discriminado estão causando reumatismo crônico nestes jovens. Antes, o reumatismo era considerado uma doença da terceira idade, mas cada vez mais recebemos em nossos consultórios crianças e adolescentes que se queixam de dores da tendinite ou dores articulares”, explica o reumatologista e fisiatra Haim Maleh, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
Segundo ele, a dor crônica aparece devido ao extremo esforço realizado por estes jovens, que fazem movimentos repetidos durante várias horas, com os controles dos videogames e celulares. “Na Europa discute-se, inclusive, a necessidade de se expor esse efeito colateral nas embalagens dos jogos, tamanho o problema. Pesquisas mostram que esses adolescentes jogam videogames por até sete horas, as vezes seguidas”, afirma o médico.
Na Inglaterra, pelo menos 90% das crianças com idade em torno dois oito anos têm ao menos um videogame. Os números devem ser semelhantes em países desenvolvidos. “Os danos causados às mãos, dedos e braços destes meninos, devido às extensas horas diante do videogame, podem ser comparados aos danos que afastam milhares de profissionais do seu local de trabalho. É preciso saber lidar com essa questão, que é relativamente nova.
Uma criança não pode passar tantas horas diante do videogame. Temos tido cada vez mais casos assim e recomendamos aos pais que tragam seus filhos ao consultório de um especialista ao menor sinal de dor constante”, finaliza o médico do CREB.
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