Ginásios lotados, ingressos esgotados, atletas que se tornaram populares… as Paralimpíadas do Rio de Janeiro chegaram ao fim alcançando todos os seus objetivos e dando uma lição de superação para o mundo. E o Brasil ganha um novo ídolo, o nadador Daniel Dias, dono de nada menos do que 24 medalhas paraolímpicas, das quais nove conquistadas nos últimos jogos.
O maior ganho, porém, é trazer o tema da inclusão para as rodas de conversa nos bares, escolas, escritórios e lares brasileiros. Os brasileiros descobriram que esses portadores de necessidades especiais podem se superar e levar uma vida comum, totalmente adaptada ao dia a dia. Um dos temas mais debatidos foi a amputação e o uso de próteses. Você sabia, por exemplo, que muitos desses atletas, em sua maioria, ainda sentem o membro amputado? É o que chamam de dor do membro fantasma.
Dor do membro fantasma
“O membro fantasma é a sensação de que um membro removido ou amputado ainda está presente ali, desempenhando suas funções. A pessoa amputada geralmente ainda sente sensações daquele membro, inclusive dor. Tal situação acontece devido às alterações que ocorrem no córtex do cérebro, após a amputação de um determinado membro. O cérebro ainda recebe sinais a partir das terminações nervosas que originalmente são fornecidas por sinais deixados pelo membro amputado”, explica o fisiatra Antônio D’Almeida Neto, que coordena um setor de reabilitação para amputados de membro inferior, tanto em fase pós-operatória mediata, visando preparo de coto, quanto na fase de protetização no CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
De acordo com estudos científicos, de 90 a 98% dos pacientes sofrem do membro fantasma logo após a amputação ou perda do membro, tanto inferiores quanto superiores. Muitos pacientes sentem o membro fantasma durante anos. Segundo o Dr. Antônio, eles podem sentir cócegas, contrações, formigamento, fisgadas, dormência e até dor aguda, além de sensações como frio e calor. “Esses sintomas podem ser leves para uns, mas debilitantes e interferirem nas atividades o dia a dia para outros. Entre os fatores de risco que contribuem para essa síndrome estão dor ou infecção antes da amputação, presença de coágulos de sangue no membro amputado, amputação traumática e o tipo de anestesia utilizada durante a amputação”, explica o fisiatra.
O Dr. Antônio pontua que há tratamento, que incluem relaxamento muscular, biofeedback e acupuntura, além de prescrição de medicamentos específicos. Cada caso deve ser analisado individualmente, aponta ele, ressaltando que após a amputação e protetização, o amputado pode ter uma vida saudável e praticar esportes, o que ficou amplamente provado com as Paralimpíadas do Rio de Janeiro. O setor do CREB utiliza um ginásio específico, com o que de melhor existe em termos de avaliação e equipamentos, bem como orientação na escolha da melhor e mais adequada prótese para cada caso.
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