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Toxina botulínica tipo A tem um uso medicinal cada vez maior

 

Conhecida popularmente como Botox, a toxina botulínica tipo A tem um grande apelo dermatológico no uso para controlar contrações involuntárias na pálpebra e, principalmente, suavizar as rugas da pele. Mas o seu uso medicinal é cada vez maior e mais importante, sendo largamente utilizado por ortopedistas, neurologistas, cardiologistas, urologistas e mesmo gastroenterologistas.

Utilizado por ortopedistas, neurologistas, cardiologistas, etc.

Um estudo publicado no jornal da Associação Americana do Coração, o ‘Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology, mostrou, por exemplo, que a toxina botulínica tipo A pode ser injetada em pequenas bolsas de gordura (cheias de fibras musculares) que circundam o coração, em casos pós-cirúrgicos, ajudando a prevenir a arritmia. Também tem sido utilizada na próstata: é aplicada nas terminações nervosas das fibras musculares da glândula, sendo utilizada nos casos de melhora dos sintomas da hiperplasia benigna — quando a glândula tem tamanho aumentado e pode comprimir o canal urinário.

Já a Academia Americana de Neurologia (AAN) afirma que o uso da toxina botulínica tipo A é excelente para diminuir a frequência das crises de enxaqueca, principalmente para aquelas pessoas que têm efeitos colaterais, com o uso dos medicamentos convencionais. A substância também é utilizada em tratamentos para o AVC (acidente vascular cerebral): uma das mais comuns sequelas da doença é a espasticidade, que limita a amplitude dos movimentos, podendo causar muita dor e deformidades articulares. A aplicação da Toxina Botulínica Tipo A é o que há de mais moderno e traz excelentes resultados. O tratamento consiste na administração periódica de pequenas injeções nos músculos acometidos pelo AVC, feitas em consultório, por médico especialista, e pode ser repetido até quatro vezes ao ano.

Segundo o Reumatologista Sergio Rosenfeld, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – a Toxina Botulínica Tipo A é injetada e, assim, liga-se às terminações pré-sinápticas do sistema nervoso central e inibe a liberação de acetilcolina, o principal neurotransmissor responsável pela contração muscular. “A substância ajuda a diminuir a quantidade de impulsos nervosos que chegam ao cérebro. Estudos demonstram que ela não atua apenas no bloqueio da liberação da acetilcolina, mas também de outros neurotransmissores – substâncias que auxiliam na transmissão de informações entre neurônios e, por conseguinte, no funcionamento dos órgãos”, explica o Dr. Sergio.