É verdade que pesquisas indicam que jogar videogame pode trazer vários benefícios às crianças, desde o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, estímulo e facilitação de pesquisas, acesso a atividades lúdico-pedagógicas, até a promoção da autoestima. Videogames que utilizam o movimento do corpo, como o Wii, da Nintendo, inclusive, são utilizados como ferramenta de reabilitação física, nas principais clínicas do mundo, como no CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.
Mas a utilização de videogame cada vez mais precocemente e em períodos consecutivos cada vez maiores continua preocupando os pais e médicos. É cada vez mais comum que os consultórios recebam crianças com manifestações musculoesqueléticas, como dedo em gatilho, tendinites e outros.
O problema é a quantidade de horas diante do videogame
– Sem dúvidas, jogar videogame utilizando o corpo é excelente. Há jogos de dança, por exemplo, que funcionam como uma verdadeira atividade física. As crianças se movimentam com todo o corpo, mexem as articulações, até suam. O problema é a quantidade de horas diante de um videogame e os jogos em que o jogador fica sentado, mexendo apenas com os dedos no controle – alerta o reumatologista e fisiatra do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – Dr. Eduardo Sadigurschi.
Ele diz que o problema pode começar na postura das crianças. A ergonomia adequada está relacionada à postura e ao mobiliário utilizado para estas atividades. Crianças e adolescentes devem se sentar em cadeiras auto-ajustáveis para a altura, com as costas e pés apoiados e de modo a manter os olhos na altura e de frente para o monitor, com distância de 30 a 40 cm do usuário. O braço e o antebraço devem manter angulação de 90 graus, com alinhamento e apoio do antebraço, punho e dedos, de modo a evitar a angulação com o teclado, explica ele.
Para o médico do CREB, os pais devem estabelecer um horário para a criança jogar videogame, não passando de duas horas diárias da atividade.
– A criança pode jogar duas horas, sendo que após a primeira hora, é preciso dar uma pausa, relaxar, se alongar, ir ao banheiro, enfim, descansar um pouco da atividade. E ao menor sinal de desconforto ou dor, é preciso levar a criança a um especialista para avaliação – finaliza ele.
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