CONTEÚDO CREB SOBRE SAÚDE

News | Viva sem dor

 

Reumatismo em crianças é tema de congresso de reumatologia

Reumatismo e osteoporose são doenças da terceira idade? A maioria das pessoas responderia, sem titubear, que sim, mas os mais de 2 mil especialistas brasileiros e estrangeiros que estão reunidos no 28º Congresso Brasileiro de Reumatologia, que acontece de 18 a 22 de setembro, alertam que não. Essas duas doenças podem acometer até mesmo crianças e adolescentes e este é um dos temas mais importantes do encontro.

“Hoje temos definidos diversos tipos distintos de artrites, que podem ter várias causas e nas crianças podem se manifestar de forma diferente do que em adultos . A artrite reumatóide, por exemplo, acomete pessoas entre segunda e terceira décadas de vida . Já a febre reumática se manifesta especialmente em crianças, principalmente a partir dos três anos de idade. A criança apresenta uma infecção na orofaringe e, depois de 7 a 10 dias, desenvolve uma quadro de artrite, geralmente em grandes articulações, com sinais inflamatórios exuberantes . Em alguns casos, pode ocorrer um comprometimento cardíaco”, explica Haim Maleh, reumatologista e fisiatra do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo, que participa do 28º Congresso.

Segundo ele, a febre reumática acomete principalmente grandes articulações, como joelho, punho, cotovelo, ombro, quadril e tornozelo. Tende a ser cumulativa, inciando-se em uma articulação e progredindo para outras. O médico do CREB alerta aos pais que devem estar muito atentos, pois dores de garganta, consequência de resfriados, gripes e viroses, são muito comuns em crianças, porém somente a infecção pela bactéria Estreptococo pode desencadear em alguns casos o quadro de Febre Reumática . “Algumas crianças têm o acometimento articular, porém manifestações cardíacas podem ou não ocorrer. Por isso é fundamental consultar um reumatologista”, avisa o Dr. Haim Maleh.

Um dos pontos debatidos pelos médicos é de que crianças e adolescentes com reumatismo demandam uma abordagem médica específica. Mas tanto em crianças ou adultos, é muito importante que a doença seja diagnosticada o quanto antes, o que pode assegurar resultados melhores em resposta ao tratamento. Em relação a osteoporose, os médicos discutem os aspectos preventivos, que devem começar já na infância, com mudança de hábitos de vida, alimentação balanceada e prática de exercícios físicos.

Outro tema do congresso que será muito importante será a apresentação dos novos critérios na compreensão e no tratamento da fibromialgia, uma doença que depende de achados bem específicos para o diagnóstico e que apresenta dores e contraturas musculares, distúrbios do sono e variados sintomas como dor de cabeça, problemas na pele, gastrointestinais entre outros. Também serão discutidos novos tratamentos para a artrite reumatóide, doença que afeta 1,5% da população em todo o mundo e que pode limitar muito a vida do paciente, inclusive com repercussões no trabalho.


Muita cerveja pode provocar gota

Pessoas que bebem cerveja regularmente têm um maior risco de apresentar quadro de gota, doença que se caracteriza pela presença de cristais de ácido úrico intra-articular, causando inflamação, vermelhidão e uma dor lancinante. Embora esse fato já fosse conhecido pela classe médica, uma pesquisa realizada por especialistas do Massachussets General Hospital, nos EUA, revelou que aqueles que bebem duas ou mais doses de cerveja por dia aumentam em duas vezes e meia o risco de sofrer esta doença, ao passo que quem bebe outras bebidas alcoólicas têm o risco aumentado apenas uma vez e meia. Esta conclusão foi obtida por meio de uma pesquisa onde 47 mil homens forma acompanhados, durante 12 anos de estudos.

“Popularmente conhecida como gota, a artrite gotosa não é uma doença exclusiva da terceira idade, como muita gente pensa. Também acomete jovens. Não é uma doença exclusivamente articular, mas sim metabólica. No início, pode começar atingindo o dedão do pé (podagra) ou mesmo outras articulações do pé, joelho e tornozelo, por exemplo”, afirma Mendel Finkielman, reumatologista do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

Ácido Úrico x Gota

Segundo o Dr. Mendel, a presença de altos índices de ácido úrico é uma das características de uma pessoa com gota. “Porém, não é determinante. Uma pessoa pode ter um alto índice de ácido úrico e não desenvolver a doença, ao passo que outra pessoa pode ter índices normais e, ainda assim, ter gota. O problema é o depósito de cristais do ácido úrico nas articulações, o que geralmente acontece por alteração do PH local”, explica o médico do CREB. Ele esclarece ainda que o ácido úrico se forma no organismo por conta do metabolismo das proteínas, em particular, um tipo de proteína chamada Purina. “Alguns alimentos são mais ricos em purinas, como os frutos do mar, carne vermelha e miúdos. Quem tem gota deve evitar esses alimentos”, diz.

A gota pode ser tratada com medicamentos, que reduzem e controlam a quantidade do ácido úrico no sangue e através de dieta específica, além do uso de anti-inflamatórios para tratar a inflamação das articulações e diminuir a dor. Mas o Dr. Mendel ressalta que é fundamental que a pessoa procure um Reumatologista regularmente, inclusive nos períodos sem dores. “É preciso evitar que o processo se torne cada vez mais crônico, com possibilidade de desgaste e destruição articular. A gota também pode atingir órgãos importantes, como o rim, e estar acompanhada de problemas como diabetes e hipertensão arterial. Consultar um Reumatologista e acompanhar o desenvolvimento da doença é fundamental”, finaliza.

 


Entrevista sobre fibromialgia (parte 1)

Entrevista com médica do CREB sobre fibromialgia