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Ioga é ideal para prevenir dor nas costas

Um mal que não escolhe sexo nem idade, e aflige 80% dos adultos, tem solução com a prática de uma filosofia milenar: a ioga. Estudo realizado pelo Group Health Research Institute, em Seattle, nos Estados Unidos, com 228 participantes, mostrou que a prática das posturas e dos exercícios de respiração da ioga previne e alivia as dores crônicas nas costas, principalmente lombares. Depois de algumas semanas, os voluntários ganharam até mais mobilidade, segundo a pesquisa, que foi publicada na revista científica “Archives of Internal Medicine”.

Os participantes foram divididos em três grupos: um só praticou ioga, outro alongamento e último recebeu um livro de autoajuda com dicas de exercícios para o alívio de dores nas costas. Eles assistiram a doze aulas semanais, todas da modalidade Viniyoga – na qual as posturas são adaptadas de acordo com a condição de cada aluno -, com duração de uma hora e 15 minutos cada. Na avaliação dos resultados, o grupo da ioga relatou resultado um pouco melhor do que o grupo de
alongamento (foram usados 15 diferentes exercícios, num total de 52 minutos). Depois, os voluntários foram vistos em seis semanas, doze semanas e seis meses.

– Nossos resultados sugerem que tanto a ioga quanto o alongamento são opções boas e seguras para pessoas que querem praticar atividade física para aliviar dor moderada nas costas – diz Karen Sherman, líder do estudo.

Coaracy Nunes Neto, diretor da Blyss Yoga, em Ipanema, não se surpreendeu com a conclusão do estudo americano. Ele explica que a ioga vê a coluna vertebral como a parte principal do corpo. A força da gravidade pressiona o esqueleto para baixo, comprimindo as vértebras e os movimentos. A ioga corrige isso.

– A ioga evita que as cartilagens entre as vértebras se extravasem, prevenindo hérnia de disco, por exemplo – diz Coaracy.

E, apesar de os pesquisadores terem usado a Viniyoga na experiência, Coaracy afirma que todas as modalidades ajudam na prevenção das dores. O importante é o praticante seguir três regrinhas, ensina: respirar no seu próprio ritmo, manter a coluna erguida e o coração aberto. E isso não vale somente para aulas de ioga, mas para a vida em geral: Ele lembra que a nossa coluna é formada por duas curvas, uma no pescoço e outra na lombar; ela vai para os lados, para frente e para trás e gira em espiral, todo o tempo. Esses movimentos são feitos durante as aulas de ioga, que trabalha também a consciência corporal, sincronizando os exercícios físicos e com a respiração.

– Na nossa coluna tem um canal sutil, invisível, chamado sushumna nadi, no qual passa a energia da iluminação, um objetivo da prática da ioga, se a estrutura estiver saudável. Ou seja, para ioga a
coluna é tudo – comenta.

Deborah Weinberg, do Espaço Bellini, indica ioga para tratamento de dores nas costas.

– Acredito que existam poucos exercícios de fortalecimento das costas como os da ioga – comenta.
– Eu dou aulas de Iyengar e confio muito no método por sua atenção ao detalhe e alinhamento postural.

Rodrigo Kaz, especialista em medicina do esporte pela Universidade de Pittsburgh, afirma que doenças da coluna, em princípio, não são contraindicações à prática de ioga, mesmo em casos de corcunda (hipercifose) e hérnia. Porém é necessária a avaliação médica prévia. Algumas modalidades, como Asthanga e Power ioga, exigem mais preparo e podem não ser recomendadas para quem tem problemas de coluna. Portanto, é melhor consultar seu professor e médico para saber qual é o método adequado ao seu caso, se o objetivo for alongar e fortalecer a coluna e o tronco.

– Com as posturas e os exercícios de respiração, a ioga relaxa a musculatura e melhora a flexibilidade. É ótima opção no controle de dores ou na prevenção das mesmas. Assim como pesquisadores americanos, acho que a ioga deve ser personalizada, adaptada às limitações de cada um – diz.


Osteoporose – osso duro de roer

Ainda não li “Wilson Simonal – Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga”, novo livro de Gustavo Alonso que explora a relação do artista ‘alegria, alegria’ com um período político conturbado para a MPB – mais precisamente, as décadas de 60 e 70. Um momento da história povoado pelos mais diversos sons e gestos. Bem que eu adoraria continuar falando aqui do grande Simonal, do mal-entendido que virou sua vida pelo avesso, da ditadura e seus exilados e de todas as ambiguidades do nosso “país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza”. Mas, o papo, hoje, é outro. Embora o swing do livro em questão refira-se ao “jogo de cintura” que um artista ousado, como Simonal, devesse ter para sobreviver à época, o título acabou por inspirar esta inquieta colunista que vos escreve a discorrer sobre a necessidade de mantermos nosso esqueleto ativo e com muito swing para um envelhecer independente e saudável, com ossos fortes e dançantes, sem cajados ou quedas que impeçam o nosso livre ir e vir. Nossa Coluna Fitness vai tratar de um tema nada musical, capaz de tirar o ritmo de qualquer um: a osteoporose. Uma doença grave, mas que pode ser prevenida com hábitos e atitudes saudáveis.

Conhecida como ‘ladrão silencioso dos ossos’, a doença que, só no Brasil, atinge cerca de 10 milhões de pessoas, chega sem muita cerimônia em sua fase inicial, deixando ossos cada vez mais finos, fracos e porosos. Com a diminuição de massa óssea, vemos nossa edificação de concreto ser transformada em uma estrutura vulnerável e frágil, sujeita a traumas e fraturas graves. O site da National Osteoporosis Foundation (www.nof.org), uma organização norte-americana dedicada à prevenção e ao tratamento da osteoporose, usa uma analogia bem interessante para explicar a doença. Redimensionando a imagem abordada, pensem num favo de mel com seus inúmeros alvéolos bem definidos e resistentes. O doce e geométrico Jambalaya acomoda com segurança todo o burburinho da agitada colméia. Desde cera e mel até abelhinhas em desenvolvimento. Pois bem, digamos que essa imagem de um quase conjunto habitacional seja a estrutura óssea de um indivíduo saudável. Agora, imaginem esse mesmo conjunto totalmente abandonado, oco, com as poucas paredes que restam porosas, prestes a ruir. Este aí seria, então, o osso de uma pessoa com osteoporose.

Dr. Haim Maleh, reumatologista e fisiatra do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – informa que, de modo geral, a osteoporose acomete mais de 70% dos idosos de ambos os sexos e que 30% das mulheres e 15% dos homens acima de 50 anos são atingidos pela doença. A maior ocorrência em mulheres na menopausa deve-se às mudanças hormonais, em especial à queda de estrogênio, durante essa fase da vida. O médico diz que além da carga genética, outros fatores influenciam o desenvolvimento da osteoporose, como dieta pobre em cálcio, cigarro, ingestão demasiada de álcool, carência de vitamina D e vida sedentária. Este último, então, um dos mais temidos vilões do osso.

Balança mas não cai…

Os ossos são um tecido vivo e precisam de cuidados para continuarem saudáveis. São cuidados para toda a vida que devem ser incorporados ainda na infância. O mais importante deles, talvez, seja a prática de exercícios físicos. Estudos mostram que uma rotina diária de exercícios moderados tem papel fundamental na prevenção e, até mesmo, no tratamento da osteoporose quando diagnosticada. Eles melhoram a qualidade do osso, fortalecem os músculos que o protegem e ajudam na coordenação e equilíbrio do nosso corpo. E, engana-se quem pensa que atrito e impacto não combinam com osso forte. A referida dupla dinâmica promove renovação do osso e ganho de massa óssea. Quando corremos, malhamos, caminhamos ou dançamos, provocamos uma saudável e importante fricção responsável por essa regeneração. “As cargas mecânicas aplicadas durante o exercício físico geram a deformação do osso. Esta deformação é transmitida às células ósseas, resultando em produção de prostaglandinas e óxido nítrico que estimulam nova formação de osso”, esclarece o Dr. Haim Maleh.

São incontestáveis os efeitos benéficos do exercício físico sobre o osso. Com ou sem carga, pratique atividades. Além de promoverem o bem estar, elas aprimoram nossa coordenação motora, reduzindo, assim, qualquer possibilidade de quedas e fraturas. Portanto, não subestime a saúde dos seus ossos. Nesse cadinho da prevenção, continue contemplando hábitos saudáveis e dê a devida atenção à sua alimentação:

– Tome leite e coma seus derivados;
– Tenha sempre cereais diversos no café da manhã;
– Peixes de água salgada, brócolis e fígado são ótimas fontes de vitaminas essenciais ao osso;
– Prestigie o astro rei, pela manhã, preferencialmente antes das 10h, por pelo menos 15 minutinhos. Os raios solares estimulam a pele a produzir vitamina D, responsável pela absorção de cálcio que chega até os ossos;
– Use sua força muscular e garanta a saúde de seus ossos.

Ossos do ofício

Dr. Maleh ainda recomenda a densitometria óssea – exame realizado para identificação da osteoporose – a homens e mulheres acima dos 65 anos de idade, idosos com fatores de risco para fraturas, pessoas com história familiar da doença, pessoas que tenham sofrido fraturas de repetição e mulheres na menopausa. Se você faz parte de algum destes grupos, bata um papo com um médico reumatologista. É ele quem poderá avaliar, com precisão, a saúde dos ossos e indicar as melhores medidas preventivas e o tratamento adequado.

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Dor de cabeça pode ser originada por problemas de coluna

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) estima que 93% da população brasileira já sentiram algum tipo de dor de cabeça, sendo que 31% desse total precisam de um tratamento clínico para eliminar o problema. Existem mais de 150 tipos de dor de cabeça e as mais conhecidas são a do tipo tensional e a enxaqueca.

“Na maioria das vezes, a cefaléia é consequência de algum problema de saúde, ou seja, um sintoma de algo que não está bem. O que muita gente não sabe é que inflamações nas articulações, má postura e desvios na coluna vertebral podem ser os motivos de constantes dores de cabeça”, explica o reumatologista e fisiatra Haim Maleh, do Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo (CREB).

Segundo o médico do CREB, na maioria das vezes a pessoa com dor de cabeça toma um analgésico e acha que resolveu o problema. Isso é um erro. “O analgésico alivia o sintoma, mas não resolve a causa da dor, que pode ter várias origens.

Se a dor é constante, deve ser investigada por um especialista. Dores de cabeça provenientes de má postura e problemas na coluna são muito mais frequentes do que se possa imaginar. E a fisioterapia e protocolos que incluem RPG – Reeducação Postural Global – podem resolver o problema”, diz o Dr. Haim Maleh.

“É muito comum desenvolvermos problemas articulares, principalmente quando vamos nos aproximando da terceira idade ou quando não praticamos atividade física regular, por exemplo. Quando a dor de cabeça é consequência de problemas articulares, a fisioterapia pode ajudar a melhorar consideravelmente a qualidade de vida do paciente. Vamos tratar da causa, não do sintoma. Um especialista deve ser procurado para avaliar o problema e descobrir a causa”, finaliza ele.

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