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Qual é o seu problema: dor no ombro

Comecei a sentir dor no ombro depois de realizar um pequeno esforço. O problema piorou e a ultra-sonografia indicou “tendinite do supraespinhoso, com diminuta rotura parcial na inserção de fibras”. Qual é o tratamento? (Ricardo, Rio de Janeiro, RJ)

• Queixas de dor no ombro com dificuldade de movimentos podem ser causadas por lesão no tendão. Se o tratamento clínico com cinesioterapia, eletroterapia, acupuntura e medicação não resolver, pode-se tentar, antes de indicar a cirurgia, a terapia por ondas de choque. As ondas acústicas ajudam a aliviar a inflamação e a dor. Converse com seu médico para saber mais sobre os tratamentos e esclarecer suas dúvidas.

Rodrigo Kaz, ortopedista da equipe da Universidade de Pittsburgh

Publicado no O Globo

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Jovens sofrem lesões por excesso de atividade física

Natasha Bragança Tello, 16 anos, praticava jumping três vezes por semana em uma academia do Rio. Para ver mais as amigas, passou a bater ponto diariamente e dobrou a atividade. Resultado: tendinite no joelho, que a obrigou a parar por dois meses para fazer fisioterapia. Lesões por excesso de exercícios são cada vez mais comuns em crianças e adolescentes. Observando a tendência, a Academia Americana de Pediatria lançou a recomendação de controle de ritmo.

– Os sintomas são vagos, como cansaço, dificuldade para dormir ou acordar, falta de apetite. Pediatras interpretam os sinais como anemia, e investigam só o quadro atual, sem avaliar a intensidade, duração e competitividade na atividade física – explica Ricardo Barros, coordenador do Grupo de Trabalho de Medicina Desportiva em Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Mas de quem é a culpa? Pais, treinadores, médicos – todos têm sua parcela. A mãe do menino A., 13 anos, conta que, certo de que será um novo Guga, o pai o matriculou numa escolinha de tênis. Tem aulas duas vezes por semana – carga que o professor considerou adequada. Para apressar a evolução, o pai passou a  treiná-lo também no fim de semana. O professor notou queda no rendimento e questionou a mãe, que chamou o filho para conversar:

– Ele contou que tinha dores no ombro e não podia reclamar, pois o pai achava que era desculpa. Levei ao médico e me apavorei: ele quase rompera os ligamentos.

Roberto Nassar, treinador do Flamengo, diz que não há excessos assim em escolinha oficial. Mas como controlar pais que querem fazer dos filhos campeões a todo custo?

– Não permitimos treinos depois do horário. Ficamos de olho para ver se isso é feito em casa. Hoje as escolinhas visam o lado financeiro, e sobrecarga no treinamento é prejuízo para todos.

Especialista em medicina do esporte, Rodrigo Kaz, que cuidou de Natasha em um centro médico em Botafogo, diz que o consultório está cheio de casos parecidos, e nem sempre os pais são atentos.

– Tem horas que me sinto tratando mais das mães do que dos filhos. Muitas perguntam qual o esporte ideal e digo: o que as crianças fizerem com satisfação.

Marcos Brazão, diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e coordenador da Câmara Técnica de Medicina do Esporte do Cremerj, concorda:

– Respeitar o que a criança gosta é o primeiro passo – diz o médico – Descanso insuficiente entre os treinos, má alimentação ou até desprazer com a atividade podem ser causas das lesões.

Adultos também estão sujeitos, mas com jovens é mais grve.

– Pode haver encurtamento muscular e enfraquecimento ósseo. Como a placa de crescimento ainda não está fechada, é preciso ter cuidado – recomenda Brazão.

Publicado no Jornal do Brasil


Esqueci, professora

O receio de certas crianças de esquecer algum material de aula faz com que sempre levem tudo todos os dias. A atitude, segundo professores do colégio, ocorre muito entre filhos de pais separados. Por terem que freqüentar duas casas, acabam carregando todo o material escolar por medo de deixar algo para trás.

A justificativa de Victória, 9 anos, para carregar tudo todos os dias é outra: “Ela ainda não decorou a rotina das aulas. Para não errar, leva todo o material”, explica Maria Cristina de Souza, mãe da estudante. Victória não usa mochila de carrinho porque acha que isso é coisa de criança, e leva nas costas para a escola, todos os dias, 5 kg, ou 12% do seu peso. Ela tem os pés voltados para dentro, o que pode ser um sintoma de pé chato, e reclama de dores nas costas.

Na escola, não falta orientação a essas crianças para se organizar e levar na mochila apenas o necessário. O material das aulas que se repetem todo dia fica num armário coletivo. Os alunos só devem levar embora o que vão precisar para a tarefa de casa. O material de aulas específicas como música, inglês, artes e ciências deve ficar em casa e retornar à escola só no dia da aula. As crianças ainda recebem uma lista do que sempre tem que estar na mochila. “Mesmo assim, trazem o que não é preciso, além objetos e jogos”, afirma a professora Natália de Castro.

Postura

O uso incorreto da mochila vai se refletir, claro, na postura de seu filho. Uma escola do Rio de Janeiro, o Centro Educacional da Lagoa (CEL), chamou especialistas do Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo (Creb) para realizar uma avaliação postural em seus alunos. Como teste inicial, participaram três crianças com idade de 6, 7 e 14 anos. Com o Spiral Analysis Machine (SAM) – aparelho de avaliação postural importado, novidade no Brasil – foi possível diagnosticar um desvio de postura no aluno mais velho, Victor. Seu ombro direito é mais alto do que o esquerdo. “Costumo usar a mochila mais no lado esquerdo”, diz o garoto. Para o reumatologista Arnaldo Libman, do Creb, se não for tratado agora, o problema vai piorar. “Em casos como esse, dependendo do grau da alteração, basta uma ginástica corretiva. Daí a importância de se fazer uma avaliação postural preventiva”, defende Libman.

Você pode avaliar seu filho em casa. Com a criança de sunga ou biquíni, observe-a de lado e verifique se ela fica corcunda e se sua coluna se curva mais para dentro na altura do bumbum. De frente, veja se um ombro está mais baixo do que o outro e se a bacia está em desalinho. No caso de meninas adolescentes, verifique se uma mama está mais acima do que a outra. Por fim, de costas, veja se a cintura está assimétrica e se uma das escápulas, ou asas das costas, está mais saliente do que a outra. “É o teste do minuto”, diz Libman.

Publicado no site Crescer/Globo.com

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