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Dores no corpo aumentam no inverno

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define a dor como uma resposta resultante da integração central de impulsos dos nervos periféricos, ativados por estímulos locais bem como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. Mas definitivamente é uma experiência pessoal, já que a intensidade da dor é vivida diferentemente por cada um.

Segundo o reumatologista e fisiatra Haim Maleh, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo – com a chegada do inverno, a queixa de dores são mais freqüentes, principalmente em articulações e ossos.  “No frio, a musculatura permanece em constante reação de defesa, realizando uma contração involuntária com o objetivo de aumentar a temperatura. Dessa forma, poderá ocorrer deficiências no suporte sanguíneo, causando diminuição do metabolismo, encurtamento das fibras musculares, diminuição da massa e da força muscular, limitação articular, alterações biomecânicas, ou seja, maior dificuldade do corpo de fazer certos movimentos, além de alterações posturais”, explica o médico.

A circulação de sangue no corpo é prejudicada com as baixas temperaturas, que provocam constrição vascular, acrescenta o Dr. Haim Maleh. “A necessidade de aquecimento da musculatura provoca contrações deixando algumas partes do corpo mais doloridas. Nas articulações, o líquido sinovial, fica mais espesso com o esfriamento do corpo, pode limitar os movimentos e gerar incômodos”, relata ele, ressaltando que as dores provocadas pelo frio são mais intensas em pessoas sedentárias, que têm os músculos mais enfraquecidos e encurtados.

– A artrite e a artrose, por exemplo, são doenças comuns que geralmente se agravam com a chegada do frio. A prática de exercícios regulares é muito importante e não deve ser interrompida no inverno. É muito comum que isso aconteça, por exemplo com que pratica natação e evita a piscina em dias frios. Neste caso troque a atividade por outra, como caminhar, por exemplo. Mas ao menor sinal de dor frequente, consulte um especialista – finaliza.


Dor nas costas, doença crônica dos brasileiros

Dor nas costas é a doença crônica mais comum no Brasil, segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz: 36% dos brasileiros sofrem com este problema. O estudo, que ouviu 12.423 pessoas com mais de 20 anos, em todo o país, revela que do total de pessoas acometidas por dor nas costas, apenas 68% buscam tratamento médico. Esse estudo é reforçado pelas estatísticas da Organização Mundial da Saúde, que estima que 80% da população mundial teve, tem ou terá dor nas costas.

Entre os principais problemas de coluna está a lombalgia que, em geral, tem origem mecânico-postural, conforme explica o reumatologista e fisiatra Haim Maleh, do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo. “Muitas vezes o paciente tem uma coluna alinhada, sem desvios posturais, mas reclama de dores nas costas. Nestes casos, a dor é causada por alterações musculares. Isso acontece, por exemplo, quando se permanece por muito tempo numa mesma posição, sem conseguir relaxar a musculatura. Na verdade, não é necessário haver um problema de postura para o sintoma aparecer”, afirma o médico.

– Mas a lombalgia também pode ser causada por tumores, cistos, lesões nos nervos, nas vértebras, nos discos, má postura, fraqueza dos músculos, tabagismo e obesidade. No menor sinal de dor, a pessoa deve procurar um especialista. Muitas vezes, o paciente acredita que a dor será passageira, que foi fruto de um mal jeito qualquer e, assim, não consulta um médico. Mas o problema pode se agravar – acrescenta.

O alerta – pontua o reumatologista e fisiatra – é quando a dor vem, passa e volta. É nessa hora que a pessoa deve se consultar. “É muito frequente acontecer da pessoa sentir uma dor após uma partida de futebol. Ela repousa, toma um analgésico e melhora em dois dias. Mas logo depois volta a sentir a dor. É preciso, então, investigar o que realmente provocou aquela dor. A dor nas costas pode ser resultado de lesões secundárias, como fraturas provocadas pela osteoporose, no caso de pessoas da terceira idade, ou de alguma doença não diagnosticada. Se a pessoa não se tratar corretamente, a dor sempre voltará”, diz o Dr. Haim Maleh.

Segundo o médico do CREB, a prática de exercícios físicos regulares fortalece a coluna e ajuda a prevenir dores. Uma simples caminhada de 30 minutos, ao menos três vezes por semana, diminui a incidência de novas crises. Mas apenas essa atividade não fortalece todos os músculos. Com orientação de um especialista, o paciente poderá escolher a melhor atividade para ele. Algumas dicas devem ser seguidas, como, por exemplo, evitar de carregar peso em excesso. “Ao pegar peso, a pessoa deve sempre dobrar os joelhos, que funcionam como uma espécie de alavanca para o corpo, protegendo a coluna. Quem trabalha por longos períodos sentado, como caixas de bancos e de supermercados, deve levantar-se a cada 50 minutos e andar um pouco, para relaxar a musculatura.

– Assistir tv ou ler deitado e um fator muito comum de dor nas costas porque a pessoa acaba ficando numa posição forçada, pressionando os discos vertebrais. O ideal é sentar em um sofá, por exemplo. É preciso buscar uma consciência da postura o dia inteiro – finaliza ele.


Condromalácia: programa de fisioterapia é fundamental

A condromalácia é a doença inflamatória e degenerativa da cartilagem da patela (também conhecida como rótula) e seus principais sintomas são dor, principalmente na região do joelho, e crepitação. “A crepitação é uma sensação como se houvesse areia dentro do joelho. Às vezes, essa crepitação é tão intensa que a gente consegue ouvi-la. A condromalácia  atinge principalmente mulheres adultas e é relacionada a algum tipo de atividade física ou devido ao encurtamento muscular dos membros inferiores, que chamamos de isquiotibias”, explica Rodrigo Kaz, especialista em medicina do esporte e ortopedista do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

Segundo o ortopedista, existem várias causas para o surgimento da condromalácia, cujo diagnóstico é feito a partir do histórico do paciente e exame físico. “Há várias causas, como alteração no alinhamento da patela, desequilíbrio ou encurtamento muscular e micro traumas de repetição, muito comuns em jogadores de futebol e competidores de atletismo e modalidades de salto”, lista o Dr. Rodrigo Kaz.

– Em 90% dos casos, o tratamento não-cirúrgico, com medicação de analgésicos, anti-inflamatórios e condroproterores, tem sucesso. Um programa de fisioterapia é fundamental nesses casos. O especialista irá recomendar o tratamento ideal. Dor no joelho não acomete apenas atletas ou pessoas obesas. Um simples mau jeito pode causar dores, mas o problema pode ser mais sério. É sempre importante procurar um médico ao menor sinal de dor. Quando mais cedo diagnosticada, mais fácil é o tratamento – finaliza o médico.