CONTEÚDO CREB SOBRE SAÚDE

News | Viva sem dor

 

Mobilização neural traz diminuição da dor

O sistema nervoso é um tecido muito específico, que possui propriedades elásticas, além de ser contínuo em todo o corpo, onde é envolvido por membranas de tecido neural e conjuntivo em toda sua extensão, permitindo, assim, o deslocamento dos impulsos...

O sistema nervoso é um tecido muito específico, que possui propriedades elásticas, além de ser contínuo em todo o corpo, onde é envolvido por membranas de tecido neural e conjuntivo em toda sua extensão, permitindo, assim, o deslocamento dos impulsos elétricos gerados no cérebro até as extremidades, como mãos e pés. Com a base nestes conceitos, a mobilização neural consiste num conjunto de técnicas de terapia manual que permite realizar uma mobilização e estiramento controlado do tecido conjuntivo circundante aos nervos e do próprio nervo, o que melhora a sua condução nervosa e mobilidade intrínseca.

“A mobilização neural tem como principal campo de atuação as interfaces mecânicas, que são as zonas de contato estreito entre os diferentes tecidos neural e conjuntivo. Estas zonas existem ao longo de todo o percurso de um nervo desde sua origem até a extremidade final, onde o mesmo pode estar mais hipomóvel ou mais fixo do que em outras zonas. A deformação mecânica e diminuição da mobilidade presentes no sistema nervoso são as causas que prejudicam a integridade do mesmo, e é exatamente nestes fatores que a mobilização neural atua”, explica a fisioterapeuta Fabiana Lima, staff do serviço de reabilitação do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

Segundo ela, as indicações para se realizar a mobilização neural são dor no curso da raiz nervosa, neuropatias periféricas, hérnias de disco, síndrome do túnel do carpo, síndrome do Piramidal, lesões nervos periféricos, síndrome dos escalenos, dores ciáticas e ciatalgias e lombalgias, entre outras. “A principal indicação da mobilização neural é a rotura das adesões, e seus efeitos fisiológicos são: aumento da mobilidade neural; aumento do fluxo sanguíneo; aumento do fluxo axoplasmático; aumento da condução neural; aumento da eficiência do transito de endorfinas; aumento a nutrição do nervo e diminuição da dor”, relata.

O termo tensão neural adversa é utilizado para indicar os sinais e sintomas que são de origem neural, como dores em ardência ou queimadura, alterações de sensibilidade (dormência, formigamentos) e alterações de força muscular. “Os testes de tensão são movimentos de membros e tronco que são passivamente realizados pelo fisioterapeuta. As estruturas que podem ser movimentadas/mobilizadas com estes testes são os condutos neurais, meninges, raízes nervosas e nervos periféricos”, acrescenta a fisioterapeuta.


Bursite trocantérica é tratada com medicamentos e fisioterapia

Uma das causas mais comuns de dor no quadril é a bursite trocantérica, uma inflamação de qualquer uma das bursas trocantéricas. É o fisioterapeuta Vitor Gomes dos Santos, do staff de reabilitação do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo,...

Uma das causas mais comuns de dor no quadril é a bursite trocantérica, uma inflamação de qualquer uma das bursas trocantéricas. É o fisioterapeuta Vitor Gomes dos Santos, do staff de reabilitação do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo, quem explica. “A bursa trocantérica é um tecido sinovial localizado superficialmente ao trocânter maior, a parte do fêmur proximal que é saliente lateralmente no quadril. Todo indivíduo tem quatro ou mais bursas trocantéricas em cada quadril. Estas bursas funcionam como se fossem um ‘saco vazio’ sobre as proeminencias ósseas, facilitando o deslizamento de tendões e fáscias sobre o osso. Bursite trocantérica é uma causa comum de dor no quadril e os pacientes frequentemente sofrem limitação nas suas atividades físicas e dormem com dificuldade”, diz ele.

Algumas pesquisas sugerem que não é somente a inflamação da bursa que causaria dor. As bursas trocantéricas, prossegue Vitor, possuem pequenos nervos em seu interior que irritados ou comprimidos podem causar dor. “Outras doenças podem evoluir com dor na região trocantérica, como a ruptura dos tendões abdutores. Por estes motivos, alguns autores têm sugerido o nome síndrome da dor trocantérica lateral em substituição a bursite trocantérica”, ilustra ele.

O fisioterapeuta explica que essa inflamação é causada por movimento exagerado dos tendões e fáscias sobre o trocânter maiore que a pressão direta pode causar ou agravar os sintomas. “Com a evolução da inflamação, a bursa progressivamente perde a sua função deslizante e engrossa suas paredes. Os pacientes com bursite trocantérica frequentemente apresentam uma ou mais das seguintes condições: doença na coluna lombar; diferença de comprimento entre os membros inferiores; doença na articulação sacroilíaca; artrose do joelho e entorse do tornozelo. Acredita-se que estas anormalidades possam alterar a marcha e consequentemente irritar a bursa trocantérica”, enumera.

A bursite trocantérica causa dor na lateral do quadril e na coxa, podendo causar dificuldade para caminhar. A pressão direta sobre a bursa aumenta a dor e é difícil deitar sobre o lado afetado. Por todas estas manifestações, a bursite trocantérica pode prejudicar o sono, evitar a realização de atividades físicas e reduzir significativamente a qualidade de vida. Vitor pontua que o médico poderá solicitar raio-x para excluir o diagnóstico de algumas outras doenças e que ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser muito úteis no auxílio do diagnóstico.

A boa notícia e que o tratamento não cirúrgico da bursite trocantérica alcança resultados satisfatórios na maioria dos pacientes, incluindo o uso de medicações, fisioterapia e infiltrações. “A cura da bursite trocantérica pode ser difícil de ser alcançada em alguns casos, o que não significa que não haverá melhora dos sintomas com o tratamento. Mas temos tido excelentes resultados no CREB. A fisioterapia associa medidas locais de temperatura com exercícios de alongamento dos tecidos que fazem pressão sobre a bursa.

Alterações na marcha e função muscular também podem ser corrigidas pela fisioterapia em alguns casos. O uso do Ultrassom, estimulação elétrica percutânea (TENS) ou terapias por ondas de choque (TOC) podem eventualmente ser indicados. A Terapia por Ondas de Choque oferece excelentes resultados para esses casos, melhorando em muito a dor. No CREB, temos a possibilidade de também indicar a hidroterapia assistida para esses pacientes, ajudando a melhorar a dor e a mobilidade”, finaliza ele.


Método Maitland, no combate à dor

Aliviar a dor é o principal objetivo do método Maitland, um tratamento fisioterápico não embasado apenas em uma técnica de mobilização articular em si, mas sim uma “filosofia” que engloba a avaliação e o tratamento, que defende o raciocínio clínico b...

Aliviar a dor é o principal objetivo do método Maitland, um tratamento fisioterápico não embasado apenas em uma técnica de mobilização articular em si, mas sim uma “filosofia” que engloba a avaliação e o tratamento, que defende o raciocínio clínico baseado principalmente nos achados clínicos. “Esse método é utilizado para aliviar dores e liberar com segurança determinadas estruturas, apresentando o objetivo de restaurar os movimentos e a amplitude de movimento normal, melhorando, assim, a função do indivíduo”, explica o fisioterapeuta Thiago Coutinho, do staff de reabilitação do CREB – Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo.

O fisioterapeuta explica que o tratamento é comumente indicado para pacientes com disfunções neuromusculoesqueléticas (podendo estar envolvidas as articulações periféricas e/ou da coluna vertebral, além da articulação temporomandibular – ATM). “O grande impacto do conceito Maitland não reside nas técnicas, mas sim no processo de avaliação clínica meticulosa que permite, inclusive, que quaisquer outras modalidades de mobilização ou manipulação possam ser agregadas, aplicadas e reavaliadas sem comprometer em absolutamente nada o processo de raciocínio clínico. Porém, essas técnicas são preferencialmente usadas para tratamento de disfunções da coluna vertebral”, finaliza ele.

No CREB, o conceito Maitland é, muitas vezes, associado ao RPG e ao Pilates , procurando utilizar essas técnicas preferencialmente para tratamento de disfunções da coluna vertebral, o que traz relaxamento, alívio e bem estar ao paciente. Os resultados alcançados têm sido excelente, ressalta Coutinho.